segunda-feira, 18 de abril de 2011
Transportando gados?
R$ 2.90.
Esse é o valor que se paga para enfrentar mais de uma hora em pé, sendo esmagado, encochado e pisado
dentro do metrô de São Paulo.
Com certeza o metrô de outros Estados não deve ser muito diferente, mas esse eu digo com conhecimento de causa.
Eu saio de casa às 6:00 da manhã para chegar ao meu labor às 8:30. Da minha casa até lá não leva nem 1 hora em horários comuns, mas de manhã é preciso se precaver, senão é atraso na certa. E como todos sabemos time is money.
Todos os dias esse trajeto é tortuoso, está sempre cheio, abafado, anda parando entre as estações, isso quando não quebra e temos todos que descer e esperar o próximo, ou o próximo, ou o próximo...
O metrô de são Paulo parece muito com o pau-de-arara, transporte usado normalmente por migrantes nordestinos que saem do sertão para ir a cidade em busca de trabalho e melhor condição de vida.
Sempre está cheio, pessoas sendo carregadas como se fossem gado, sem nenhuma condição de segurança.
A diferença entre o metrô e o pau-de-arara é que o metrô possui portas e janelas e diariamente somos assaltados com o preço que pagamos pela passagem.
Isso não é uma exclusividade do metrô, o ônibus está ainda mais caro e a condição é a mesma.
Até quando vamos aguentar ser tratados dessa forma?
Até quando nossos bolsos serão estripados com essas tarifas absurdas e não temos o mínimo conforto
para ir vender nossa mais-valia?
Até quando?
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Máscaras...
Quantas máscaras precisamos vestir?
Quantas podemos despir?
Como todos os dias eu preciso ter sorriso na voz, sorriso no olhar e dizer:
-Me açoita, eu estou feliz por ser sua escrava!
Mas e quando o escravo se cansa dos açoites e percebe que não há mais nada
que o cale, o que ele faz?
Veste a máscara da falsa satisfação, a máscara da alienação...
Assim como o teatro, eu também tenho uma máscara que sorri quando quero chorar
e uma que se entristece quando preciso sorrir, pois a minha felicidade é um problema
para os que querem minhas lágrimas...
Lágrimas que derramo quando sou açoitada pela alienação e demagogia.
Até quando, minha máscara sorrirá?
Até quando, máscara terei de usar?
Por trás da máscara, tem um coração ferido, costas marcadas dos açoites
e uma mente cansada de pensar...
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